Diz a história, que no ano de 1831, os fundadores de Barretos e sua comitiva andaram por dias a fio, percorrendo longos caminhos, abrindo picadas à força do braço e do facão, indo à frente no comando da expedição Francisco José Barreto, sua esposa Ana Rosa de Jesus, acompanhados pelos filhos, genros e noras, além de seu irmão Antônio e do cunhado Simão Antônio Marques, o “Librina”, a esposa deste, Joaquina Cândida de Jesus, filhos, um irmão e ajudantes.
Segundo alguns historiadores do passado, depois de extensa jornada, a comitiva atingiu a barranca do Rio Pardo, alcançando o córrego Cachoeirinha e, incrédulos com a força e tamanho do caudal, improvisaram canoas que possibilitaram sua travessia.
Ao galgarem terreno seguro, erigiram suas moradas, provavelmente, sob esteios de aroeira e cobertura de capim sapé, assentando-se à beira do Ribeirão das Pitangueiras, num local denominado “Fazendinha”. Tempos depois, a sede da “Fazenda Fortaleza” de propriedade da Família Barreto foi transferida para as proximidades do antigo Sanatório Mariano Dias. Somente no ano de 1845, quando foram soprados os novos ventos da civilização é que a posse da terra foi registrada.
Presume-se, que neste local viveram Francisco Barreto, até falecer, no ano de 1848, e sua esposa Ana Rosa, falecida presumivelmente no ano de 1852.
No ano de 1929, foi contratado um agrimensor do governo do estado, pela municipalidade, para que desenvolvesse a planta baixa da cidade, ficando estabelecido, depois de vários estudos, o local a ser considerado o “Marco Zero”, onde Barretos surgiu como cidade e partiriam todas as suas medidas geográficas.
Na década de 60, foi construído o primeiro “Marco” pelos alunos do antigo Ginásio Vocacional: um muro, que continha uma coluna imitando o Palácio da Alvorada, bem no estilo arquitetônico de Niemeyer. O segundo marco, foi construído no princípio da década de 80, possuía o formado de uma barra inclinada e um S estilizado, nela apoiado.
No ano de 1995, foi construído pelo município, no mesmo local, um novo Marco, tendo a sua base estrutural sob responsabilidade do engenheiro Marco Aurélio do Carmo Silva, da empresa “Carmo Ferreira Engenharia” e parte artística de Cesário Ceperó, Pedro Perozzi e Lourival Betelli.
Ainda figurando dentre dos principais destaques de preservação da memória de Barretos, o mural edificado em concreto mede 7 metros de altura por 10 metros de comprimento e surge uma fortaleza que representa a saga e o assentamento das famílias Barreto e Marques Librina neste solo. A obra destaca, ainda, a entrada dos pioneiros colonizadores e os fatos que envolveram a viagem empreendida, assinalando, que no local surgiu a primeira fazenda do município, a “Fazenda Fortaleza”, que originou um primitivo engenho produtor de cachaça e rapadura, primeiro ponto comercial da cidade.
Simboliza, além do desbravamento da região, a união dos primeiros habitantes de Barretos, nele constando: um monólito assimétrico de 5 metros de altura por 2 metros de largura, onde, foram retratados parte da história local: pessoas, objetos, principalmente, uma pomba divina, materializando a figura do santo padroeiro da cidade, o Divino Espírito Santo.
O colorido mural confeccionado em relevo de concreto representa os sete dons da natureza: ciência, amor, sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza e temor a Deus. Ele também representa a existência da fraternidade entre os barretenses e, o mesmo dístico encontrado no Brasão de Barretos “Fratres Summus Omnes” – “Somos todos Irmãos”.
Fonte: http://jornaldebarretos.com.br/noticias/marco-historico-e-marco-geografico-de-barretos/